terça-feira, 8 de janeiro de 2008

2008 avante

Um novo ano já está em andamento. Nada de novo no cenário pátrio, além de taxação de impostos, reclamações sobre o fim da CPMF (será que não voltará com outro nome), por parte do governo que ameaça cortar céus e terras. Tudo culpa dessa despudorada imprensa. Lembro-me que o atual Bolsa Família já foi chamado Bolsa-Escola, com a obrigatoriedade de as escolas públicas fornecerem a veracidade da presença dos alunos "de baixa renda" às aulas. Hoje, não sei.
Estamos em ano eleitoral e o panorama que se descortina é "dos mesmos". Não há nomes novos na política municipal, estadual ou federal. Vez ou outra surge um político de quem nunca se ouviu falar. Porém, se buscarmos sua árvore genealógica descobriremos que é filho, neto ou afilhado do fulano de tal, macaco velho na politicagem geral. É Brasil mesmo. Subdesenvolvido, analfabeto e recordista em cirurgias plásticas, violência no trânsito e nas ruas.
Vi, recentemente, a entrevista do sociólogo Alberto Carlos de Almeida, autor do livro "A Cabeça do Brasileiro" (Ed. Record, R$ 42). Ele e sua equipe desenvolveram uma pesquisa inédita sobre os valores enraizados na cultura brasileira. O que são esses valores? A forma como as pessoas pensam sobre determinados assuntos da vida nacional, baseando-se em faixa etária variada. A pesquisa enfoca quatro módulos. Não me recordo todos, mas lembro-me de um deles tratar de corrupção e jeitinho. Há a pretensão de ampliar futuramente esse espectro sobre a sociedade nacional, se o autor conseguir novas verbas para a pesquisa.
Suas conclusões não são novidade alguma para aqueles que se debruçam sobre a realidade do país. Quem tem escolaridade maior, pouco mais de 10% da população (estimo eu) consegue pensar um pouco mais modernamente e ter algum discernimento sobre o quanto somos pouco desenvolvidos. Aqueles sem escolaridade ou com baixa escolaridade, os quase 90% restantes, aceitam o famoso "jeitinho" e esperam que suas vidas mudem milagrosamente. É claro que são facilmente manipuláveis nas mãos dos marqueteiros da vez.
O corte que diversifica as opiniões, segundo Almeida, se faz não regionalmente. A escolaridade é o fator dominante para mostrar a diferença de mentalidade seja no norte, sul, leste ou oeste do país. O sociólogo prevê que sem um empenho maciço em educação de qualidade, nada mudará neste Brasil que conhecemos. Ainda se houver esse forte empenho, levará cerca de 10 anos para se notar alguma mudança... Até lá, bem ... chega por hoje.