terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Sem calçadas e sem mais nada

Nossas autoridades não desenvolvem o saudável hábito de andar a pé. Se assim o fizessem descobririam uma cidade sem calçadas e sem mais nada. Além do mais, dificilmente encontrariam explicações para os questionamentos insistentes das pessoas sobre todo o descaso pela saúde, educação, trânsito, infra estrutura básica, só para citar alguns. Sem falar que correriam o risco de levar alguns sopapos, pelo menos verbais, dos mais exaltados. E os há, independentemente de partidarismos políticos.
Voltando ao tema proposto as nossas ruas não tem calçadas. Seja na área central ou nos arrabaldes.
A maioria, quando tem um arremedo de calçada é sempre remendada, causando risco a quem por elas caminha. Outras e não são poucas estão cobertas de mato até a altura da cintura de um adulto. Se quiser atravessar uma avenida como a Trabalhadores, por exemplo, é bom ser municiar de um facão e ir abrindo picadas para passar. Fala-se e informa-se que os proprietários de terrenos devem conservá-los murados e com calçadas. Há mais de 10 anos transitando por ruas próximas ao centro o que se vê são os ditos terrenos fazendo brotar mato e sua consequência: lixo, infinita e infindávelmente nos mesmos lugares. Quem se arrisca a andar a pé precisa caminhar pela rua, desviando de buracos, bicicletas e carros - estes, então, donos das ruas  - nem querem saber e passam voando, buzinando e xingando quem ousa adentrar o terreno, digo vias, que lhes pertencem.
A explicação para esse descaso pelas calçadas talvez esteja não só em uma questão cultural como de status. Afinal, quem é o pedestre no mais das vezes. O cidadão que não tem carro. Ó afronta! Nos dias de hoje, com tantas benesses federais só não tem carro quem está abaixo da linha da miséria ou os "esqusitos". Essa gente que insiste em não querer gozar as bem aventuranças do progresso e exibir o carrão que seu dinheiro pode comprar. O tamanho dele deve ser proporcional à pequenez de seu cérebro. Mas, isso não importa. O status de exibir o carrão maior do que o do vizinho é típico de quem vive de aparência, penso cá com meus botões. Mas, isso nem Freud explica.
O provicianismo brasileiro se esparrama por todo o país e se demonstra nesses detalhes: falta de cidadania e gosto pelo exibicionismo. Haja vista a exibição contumaz de nossos congressistas, eleitos e legítimos representantes do povo, não se esqueçam!
Ia me esquecendo... não há dinheiro para fazer a roçagem do mato na cidade. Nem sequer se pensou num mutirão de cidadania. O que é isso??? Pois é, se os cidadãos estivessem acostumados a administrações responsáveis, cada grupo de moradores poderia se unir para limpar o seu pedaço. Incrivel, não é? Pois, conheço um cidadão que comprou mata mato e colocou nos três terrenos  vizinhos a sua casa, Eles evidentemente têm donos que não os mandam carpir, senão quando exaustivas e inúmeras reclamações chegam ao setor da Prefeitura.
Outro exemplo - ia até tirar uma foto, mas quem quiser passe lá e olhe - há uma praça próximo ao Campano, onde inclusive moram 'figurões' públicos em que o mato cria perigos maiores do que insetos, ratos e outros bichos. Pois bem, no canto esquerdo da praça, frente a um salão de festas o mato está tosado. Por curiosidade questionei quem varria calçadas ali perto. - Quem faz a poda deste lado? - É o dono do salão, foi a resposta. Claro, que é um exemplo de cidadania limitada para não estragar o próprio negócio. Mas, custaria tão caro aos nobres figurões que no entorno habitam pagar do próprio bolso a manutenção da praça?
Credo em cruz! Que idéia mais comunista. Afinal, cabe aos cofres públicos com dinheiro ou não pagar não só os salários desses 'altos contratados' da administração pública como deixar a rua onde residem pra lá de limpa.
Eta Brasil sil sil siil que só sabe eleger a canalha e ainda enchê-la de Sarneys, Collors, Tiriricas e quetais, sem falar nos afilhados, enquanto continuam sempre deitados em berço esplendido.