sábado, 26 de maio de 2007

Enrolation...

Teste seu entendimento e compreensão da língua falada pelo governo e governantes, porque esta vale para qualquer vestibular.

Transcrito da coluna Sete Dias, do jornalista Augusto Nunes – no JB Online
http://jbonline.terra.com.br/colunas/setedias/index.html

A taça da semana vai para o campeoníssimo Tarso Genro, pelo artigo publicado em edição recente da revista Carta Capital.
Trecho: A essa incriminação em grupo, que pretendia impor uma dialética decisionista para atingir em cheio uma comunidade indeterminada - na melhor versão do teórico Carl Schmitt, que namorou o nazismo - é que chamei de "método fascista".
O ideólogo do novo socialismo precisa ser traduzido para a linguagem de gente.

Não me lembro, não sei de nada

Pobre Brasil de desmemoriados. Jacques Wagner, coitadinho, esqueceu do passeio de lancha... Devem existir diversos outros "passeios e acompanhantes" também esquecidos não só por ele mas por toda politicalha que habita Brasília. Infelizmente a podridão não se resume à esfera federal e domina todos os postos dos chamados poderosos em âmbito municipal e estadual por todo o país. Mogi Guaçu, Mogi Mirim, Itapira e as demais cidades pequenas, médias ou grandes possuem seus Wagneres e Calheiros às pencas. Só que da mesma forma como age o Lula, ninguém sabe e ninguém viu.
O sociólogo Roberto da Matta acertadamente explica que esse é o gens do povo brasileiro. Se não estiver dentro das mamatas, deseja estar. Isto é, aqueles que porventura conseguem chegar próximo ao poder, acabam "metendo a mão na cumbuca" e não se sentem nem um pouco constrangidos. É o jeitinho brasileiro ou o "antes eu do que ele" e por aí vai. Nada mais fácil do que posar de íntegro e alegar desconhecimento das falcatruas perpetradas pelo líder familiar. Vá estudar a origem de algumas fortunas por aí ou o súbito aumento de padrão de uns e outros.
O jornalista Clovis Rossi, em sua coluna na Folha de São Paulo, deste sábado, 26, fala da podridão que reveste a política italiana, maior até do que a nossa, apesar da famosa Operação Mãos Limpas de anos atrás. Ele toca, porém, na ferida. Apesar dos políticos, a Itália é a 5a potência mundial e esbanja qualidade de vida. Nós, brazucas, lamentavelmente vemos o país afundar na miséria, na pobreza, no desmantelamento da economia, na ignorância pura e simples de um povo cada vez mais analfabeto cultural e politicamente.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Uma teia de sacanagem

A Operação Navalha, como disse alguém, deveria se estender e fazer logo barba, bigode e cabelo. Aliás, bom seria se cortasse, também, alguns dedos e mãos. Confira a explanação exemplar de Luís Nassif em:

O "operador" e a Operação Navalha

O que a “Operação Navalha” da Polícia Federal trouxe à tona foi a atividade de um dos setores mais florescentes do mercado brasileiro: os operadores públicos. Por tal, entenda-se o funcionário, ou o lobista especializado em descobrir onde gira o dinheiro na área pública. Não se trata de atividade comezinha. O sujeito tem que entender de orçamento e licitações, estabelecer uma teia de relações entre os técnicos de carreira, homens do governo, entre políticos. E, depois, pontes com os sucessivos ministros que assumem a pasta. Toda disputa em torno de Ministérios, por parte dos diversos partidos políticos aliados, além da prestimosa vontade de ajudar o país, tem como objetivo maior o operador. Não interessa para a maior parte dos Ministros fisiológicos o ministério, sem o operador. Sem esse técnico especializado, o Ministro fica vendido, dá passos errados, colhe migalhas ou encrencas. *** As duas maiores crises políticas do Brasil moderno tiveram como pano de fundo os operadores. Fernando Collor pretendeu centralizar as operações com PC Farias. Entregou dedos despidos de anéis para seus aliados políticos. A CPI do Impeachment teve um pingo de indignação cívica e uma montanha de indignação do movimento dos “sem operadores”. *** A segunda grande crise foi do governo Lula. Lá, mais uma vez repetiu-se o pecado político de pretender entregar Ministérios e preservar os operadores para partido. A reação solar de Roberto Jefferson e de tantos varões-de-plutarco está diretamente ligada a esse erro monumental.

Vale conferir a íntegra da Coluna Econômica de 22/05/2007 acessando: http://blig.ig.com.br/faq.php

Escândalo das propinas

Mais uma vez personalidades públicas e o próprio governo se vêem às voltas com novo escândalo envolvendo "dinheiro grosso". Muitos acusados e presos de "colarinho nada branco" já conseguiram sua liberdade e todos juram inocência, apesar das provas em contrário.
Não sei dos outros brasileiros, eu, porém, estou cansada e enojada com essa situação sem fim, que, provavelmente, acabará em "pizza" e até em reeleição dos culpados. Recorri a um trecho de um poema de Affonso Romano de Sant´Anna para ajudar a expressar o que sinto. Vale a pena ler o poema inteiro "A Implosão de Mentiras" e outras obras do autor. Este trecho foi tirado do livro Intervalo Amoroso & Outros Poemas Escolhidos, da L&PM Editores.

"Mentiram-me, Mentiram-me ontem/ e hoje mentem novamente. Mentem de corpo e alma, completamente.
E mentem de maneira tão pungente/que acho que mentem sinceramente.

Mentem, sobretudo, impune / mente. Não mentem tristes. Alegremente mentem. Mentem tão nacional / mente que acham que mentindo história afora vão enganar a morte eterna / mente (...)

Sei que a verdade é difícil e para alguns é cara e escura. Mas não se chega à verdade pela mentira,
nem à democracia pela ditadura (...)

E assim cada qual
mente industrial? mente
mente partidária? mente
mente incivil? mente
mente tropical? mente
mente incontinente? mente
mente hereditária? mente
mente, mente, mente.
E de tanto mentir tão brava / mente
constroem um país de mentira
diária / mente."