quarta-feira, 23 de maio de 2007

Escândalo das propinas

Mais uma vez personalidades públicas e o próprio governo se vêem às voltas com novo escândalo envolvendo "dinheiro grosso". Muitos acusados e presos de "colarinho nada branco" já conseguiram sua liberdade e todos juram inocência, apesar das provas em contrário.
Não sei dos outros brasileiros, eu, porém, estou cansada e enojada com essa situação sem fim, que, provavelmente, acabará em "pizza" e até em reeleição dos culpados. Recorri a um trecho de um poema de Affonso Romano de Sant´Anna para ajudar a expressar o que sinto. Vale a pena ler o poema inteiro "A Implosão de Mentiras" e outras obras do autor. Este trecho foi tirado do livro Intervalo Amoroso & Outros Poemas Escolhidos, da L&PM Editores.

"Mentiram-me, Mentiram-me ontem/ e hoje mentem novamente. Mentem de corpo e alma, completamente.
E mentem de maneira tão pungente/que acho que mentem sinceramente.

Mentem, sobretudo, impune / mente. Não mentem tristes. Alegremente mentem. Mentem tão nacional / mente que acham que mentindo história afora vão enganar a morte eterna / mente (...)

Sei que a verdade é difícil e para alguns é cara e escura. Mas não se chega à verdade pela mentira,
nem à democracia pela ditadura (...)

E assim cada qual
mente industrial? mente
mente partidária? mente
mente incivil? mente
mente tropical? mente
mente incontinente? mente
mente hereditária? mente
mente, mente, mente.
E de tanto mentir tão brava / mente
constroem um país de mentira
diária / mente."

Nenhum comentário: