quarta-feira, 26 de junho de 2013

Velho não é trapo

Quantos maiores de 60 anos Mogi Guaçu possui? Não acredito que exista um levantamento e menos ainda quantos estão em situação de penúria ou jogados em casas de repouso que não lhes dão o devido cuidado. O que lhes é oferecido em termos de cultura, lazer, atendimento psicológico, etc? Nada. Nenhum local onde possam se reunir e interagir, deixar as memórias de uma vida.
A cidade continua relegando esses idosos e mesmo os saudáveis que poderiam ter atividades variadas e dignas ao ostracismo. Recentemente ocorreram os tais JORIs (Jogos Regionais do Idoso), com a presença da Promoção Social, Fundo de Solidariedade, da primeira dama do Estado e coisa e tal. Porém, os atletas de maior idade participantes são despejados em escolas estaduais em nada adequadas para essa hospedagem, dormindo amontoados em salas de aulas abafadas e utilizando banheiros sem a menor estrutura. Maravilha! Isso é ter espírito esportivo, orgulham-se alguns. A meu ver isso é uma indignidade contra pessoas nem sempre em condições ideais de saúde e que ainda estão ali representando seus municípios.
É uma amostra de como os velhos são tratados no País e mais especificamente em Mogi Guaçu onde a falta de organização referente aos tais jogos é uma constante. Apesar de este ano estar sendo realizado os 17o JORI o primarismo nos preparativos é o mesmo. Tudo mal planejado e feito de afogadilho.
Voltando ao tema inicial, no último dia 26 deu-se o tiro de misericórdia na falta de atendimento ao idoso guaçuano. A casa denominada Nair Tuckumantel que iria desenvolver atividades diversas em prol do idoso - mesmo que no ano passado tenha sido um ato politiqueiro do ex-prefeito Paulo Eduardo de Barros - transformou-se em Casa da Acolhida para moradores de rua. A explicação para o fechamento da primeira é que não havia recursos e equipe para mantê-la em funcionamento, por isso, os idosos que pensavam que teriam ali atividades e atendimentos específicos foram despejados.
Agora, num passe de mágica a comunidade Caminho para a Paz terá subsídios da Prefeitura de R$ 120 mil para "acolher" os moradores de rua. 16 já estavam sendo atendidos. Enquanto os idosos do município, oras, eles que VOTAM e já contribuiram para o engrandecimento da cidade que se danem.
Nada tenho contra moradores de rua. Muitos estão mesmo em situação de risco e abandono. Sabe-se também que muitos estão na rua porque querem. É o tal direito de ir e vir, que outros cidadãos às vezes não podem exercer, devido à insegurança que se enfrenta em cada praça, esquina ou parque.
Sempre houve na cidade um atendimento a moradores de rua realizado na região central, que lhes fornecia refeição, banho e pernoite, além de passagem para retorno à cidade de origem. Então já estavam sendo acolhidos. Mas era pouco, populismo político e também ranço politiqueiro - afinal foi o outro que fez - oferecem agora a Casa da Acolhida. Espera-se que ela passe a ser a meca desses, com perdão da palavra, desocupados. Quando a notícia se espalhar logo serão 160 ou mais, todos vivendo às custas de quem trabalha ou trabalhou como os idosos aposentados. Enquanto isso, para os idosos que contribuem com a cidade não é oferecido NADA. Que fiquem mofando em suas casas. Afinal, em Mogi Guaçu velho é trapo!

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